A
Câmara de Vereadores recebeu o parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado
relativo às contas de 2013 da prefeitura de Piracicaba, 1º ano do mandato do
prefeito Gabriel Ferrato.
O
parecer veio adiantado, já que o das contas de 2012, do então prefeito Barjas
Negri, ainda não foi protocolizado na casa. A suspeita da demora é que ainda
haja recursos em tramitação no TCE.
A
audiência pública para avaliação do parecer prévio está marcada para
18/11/2015, às 19h30, quarta-feira, e em 03/12/2015, às 19h30, na reunião
ordinária, ocorre a votação do parecer pelos vereadores.
Ao analisar o documento, a assessoria
do vereador Paulo Camolesi (PV) levantou pontos que considerou importantes. O
primeiro deles faz referência ao controle interno do município. Camolesi
protocolou Indicação 256 em janeiro deste ano que sugeria a realização de
estudos para a implantação da Controladoria Geral do Município em Piracicaba. ”Espelhados
na Controladoria Geral da União, alguns municípios têm implantado já há alguns
anos a Controladoria Geral do Município. Órgão conta com técnicos
especializados e tem como objetivo o controle efetivo das contas do governo,
procurando evitar que a corrupção corra solta nos negócios públicos a partir do
acompanhamento dos processos licitatórios e dos contratos”, afirmou o vereador
na propositura.
Cabe
ressaltar que o sistema de controle interno, regulamentado pelo Decreto nº
11.256/2005 não produz relatórios periódicos quanto às funções institucionais,
desatendendo aos artigos 34 e 74 da Constituição Federal. A atuação do controle
interno municipal, segundo o TCE, se limita ao controle das despesas realizadas
sob o regime de adiantamento. “Em Curitiba, por exemplo, a Controladoria é
composta somente por funcionários concursados das áreas de finanças,
contabilidade, economia, administração e direito, sendo que 90% dos contratos
da Prefeitura possuem estruturas de custos e formatação de preços compatíveis
com o ramo de atividades e prestação de serviços contratados, alcançando uma
economia de 30 milhões de reais com revisões de contratos e licitações em
2014”, completou o vereador ao fim da Indicação.
Uma
segunda observação apontada pelo TCE foi a ausência de
documentos/demonstrativos que possam comprovar o pagamento da dívida com o
Semae num total de R$ 5,5 milhões, que apresentam saldo em 31/12/2013. A
prefeitura apresentou documento em que se comprometia a saldar sua dívida com a
autarquia em 120 parcelas mensais, a começar em janeiro de 2002. Em outro
documento, a prefeitura apresentou termo de acordo entre ela e o Semae, datado
em 21/05/2007, renegociando a dívida na importância de R$ 8,5 milhões. A prefeitura só conseguiu apresentar
demonstrativos referentes à data inferior da renegociação (14/05/2007), ficando
o exame do fato contábil prejudicado.
Um
outro ponto considerável na análise do TCE foi a aplicação de percentagem
inferior aos 25% previstos no artigo 212 da Constituição Federal. Isso ocorreu
pois o Tribunal realizou glosas no valor de R$ 10,4 milhões referentes à
despesa no ensino médio, ao pessoal com desvio de função e de restos a pagar
não quitado até o final do ano.
Além desses levantamentos, o tribunal
também apontou as seguintes falhas: inconsistências nas peças e demonstrativo
contábeis e ausência de documentos comprobatórios; não recolhimento da
percentagem de 5% ao FUNSET com multas de trânsito; royalties não aplicados;
desorganização no pagamento dos precatórios; sem documentação que comprove pagamento com encargos; ; ausência de
levantamento dos bens móveis e imóveis; falhas de instrução nas licitações; gerenciamento de folha de
pagamento realizada desde 1999 sem licitação; divergência de dados informados
pelo sistema AUDESP e pela prefeitura; cargos em comissão fora dos padrões
especificados; (direção, chefia e
assessoramento), dentre outras.
Após analisar a defesa da prefeitura,
o TCE, reiterou, no âmbito da Educação, as glosas com os agentes de saúde e com
os centros de educação digital. No entanto, o Tribunal entendeu, após explicações,
que o município cumpriu com pelo menos 25% das
receitas resultantes de impostos com a Educação, além de ter respeitado as
percentagens com o FUNDEB.
Dessa forma, cabendo ressalvas e
recomendações às falhas apontadas anteriormente, o Tribunal de Contas do Estado,
entendo não serem passíveis de comprometerem as contas da gestão de 2013,
manifestou-se pelo parecer favorável ao 1º ano de governo do prefeito Gabriel
Ferrato.
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