No dia 2 de setembro, às
19h30, no Centro Catequético da Paróquia São Judas Tadeu, reuniu-se mais uma
vez, o grupo de moradores da Vila Independência, incomodados com a perturbação
do sossego público provocada pelas repúblicas de estudantes da Esalq.
Coordenada pelo vereador Paulo Camolesi e contando com a presença de seu chefe
de gabinete, Antonio Oswaldo Storel, a reunião contou com a presença de oito moradores e uma estudante que assinaram a respectiva lista de presença.
A reunião foi
iniciada com a oração do Pai Nosso e a palavra foi dada aos presentes para que
fizessem, em poucas palavras, uma rápida avaliação da caminhada com reuniões
mensais realizadas neste primeiro ano do grupo, que realizou a primeira reunião em
setembro de 2015. A maioria dos presentes opinou que valeu a pena a
perseverança com as reuniões e que é perceptível uma grande mudança na
insuportável situação que era vivida há um ano atrás. Os que assim se
expressaram, consideram que o fator preponderante para que a situação mudasse,
foi o inquérito civil aberto pelo Ministério Público contra as repúblicas
denunciadas. Tal providência mudou o comportamento da maioria dos estudantes
que começou a encarar com responsabilidade a sua condição de morador.
A
moradora Paula relatou que a República Gato Preto, que é sua vizinha, não tem
mais problemas e os vizinhos estão se relacionando bem com os estudantes. A
moradora Maria, que é vizinha de Paula, acha que os estudantes são uns "amores,
jovens com espírito familiar e tratam bem os vizinhos". O morador Vanderlei Liva
informou que a república, sua vizinha, havia se mudado para outro bairro e
então, não havia mais problema. O morador José Fabiano, disse que a República
Strunzo, que era sua vizinha e que continuava a provocar PSP, estava se mudando
para outro endereço, no bairro São Dimas. Já o morador José Rodolfo Groppo demonstrou sua indignação com os estudantes que residem na república da Rua
Barão de Piracicamirim, vizinhos de sua residência, que continuam a provocar
PSP, sendo que há poucos dias, teve que chamar novamente o Pelotão Ambiental e
o barulho só foi parar por volta da 1 hora da madrugada. Ele afirmou que "a
paciência já se esgotou e que não tolerará mais perturbação".
O morador Carlos
Aparecido de Oliveira agradeceu as pessoas que aceitaram se agrupar e
perseveraram nas reuniões e também ao vereador Paulo Camolesi e sua equipe que
deram suporte para que as reuniões fossem acontecendo e as providências
cabíveis fossem encaminhadas. Confirmou a mudança dos moradores da República
Strunzo. Ele informou também sobre ofício que recebeu do Ministério Público
solicitando que informasse sobre a situação da república sua vizinha e da
reposta que enviou informando das perturbações acontecidas mais recentemente,
inclusive solicitando que três outros vizinhos também a assinassem como
testemunhas. Também disse que tomou essa atitude de anexar testemunhos de outros
vizinhos em razão de um modelo de carta que os estudantes estão apresentando
para os vizinhos assinarem, atestando que não há mais nenhum tipo de
perturbação e que seria apresentada ao Ministério Público, sendo que alguns
vizinhos haviam assinado para proteger os estudantes, os quais esperam que o
Inquérito seja arquivado.
Carlos informou ainda que compareceu ao Ministério
Público e foi informado por funcionário que o “arquivamento” de inquérito, na
verdade aguarda prazo de 180 dias para receber novas denúncias e só após isso,
se não houver nenhuma denúncia de PSP, será arquivado definitivamente. Sendo
assim, mesmo que o inquérito de alguma república seja arquivado, se houver
alguma ocorrência de PSP, a mesma deverá ser registrada oficialmente pelos
vizinhos (BO, Pelotão Ambiental ou PM) e levada ao Ministério Público,
esclarecendo-se o número do Inquérito correspondente àquela república.
O morador José Fabiano informou que já foi procurado pelos estudantes para
assinar o referido documento e negou-se a assinar em razão de dúvidas sobre
novas ocorrências futuras. Já o morador Antonio Dirceu Benato informou que tem
conversado com os estudantes da República Kurva de Rio e que os estudantes
atenderam seus apelos e cessaram o barulho. Disse também que o proprietário do
imóvel foi informado do que seria o TAC – Termo de Ajustamento de Conduta com o
Ministério Público se não cessasse a PSP e que resultaria em multa pesada para
os inquilinos e para o proprietário do imóvel. Dirceu disse ainda que cada
morador deve assumir a responsabilidade em registrar as ocorrências de PSP (BO,
Pelotão Ambiental ou PM) e levar ao Ministério Público, indicando o Inquérito
respectivo e que não adianta mais reclamar na reunião, pois estão todos
devidamente orientados.
A moradora Vera informou que a sua residência não está
mais sendo incomodada e está tranquila. Há preocupação com os novos que estão
chegando na república, com quem ela já conversou e houve entendimento. Informou
que na sua rua, três moradores se mudaram de lá. Ela disse que tem agradecido
aos estudantes a mudança de comportamento e que tem vizinha que tem filha que
estuda na Esalq e tem medo de represália dos estudantes. Vera também se disse
representante de outros vizinhos que têm problemas (cadeirante, saúde, etc.) e
que não podem comparecer às reuniões.
A estudante Anna, do Conselho de Repúblicas
e moradora da República Café com Leite, se colocou à disposição dos moradores
para intermediar algum entendimento. O vereador Paulo Camolesi pediu à Anna para que se
comunique com o gabinete, caso precise, pois é conveniente prevenir do que
deixar que o caso atinja uma ação judicial que dará muito trabalho e muita dor
de cabeça aos envolvidos. O senhor
Carlos informou que existem repúblicas que
não foram denunciadas e que não são alvos de inquérito civil e continuam
promovendo perturbação, sendo que os próprios funcionários do Ministério
Público lhe relataram estar sendo vítimas; disse que parece que os moradores
têm medo de denunciar, ao que Rodolfo retrucou que os incomodados não deveriam
ter medo.
Paulo esclareceu que os vizinhos incomodados deveriam ser convidados
a comparecer às reuniões deste grupo, que já concentra as ações para busca de
solução. Paulo propôs ao grupo, nesse momento, voltar o foco para um outro
objetivo, convidando a estudante Anna a se entender com o Rodolfo que é
professor da Esalq, para conversar com o pároco da Igreja São Judas Tadeu,
Conego Norberto, que está querendo plantar algumas árvores no pátio da Igreja,
tentando elaborar um projeto junto à Esalq. Rodolfo se prontificou a falar com
o padre e Paulo o orientou para que falasse em nome do Mandato Coletivo. Sem
mais assuntos a serem tratados, foi proposta a data para a próxima reunião, no
dia 14 de outubro, caso não haja empecilho com a cessão do local pela Paróquia.