No dia 22 de janeiro deste ano,
atendendo questionamentos do Mandato Coletivo, o Vereador Paulo Camolesi - PV
protocolou na Câmara o Requerimento nº 040/2015 que, após devidamente aprovado
pelo plenário, foi encaminhado ao Chefe do Executivo obedecendo aos trâmites
legais estabelecidos na Lei Orgânica do Município e no Regimento Interno da
Câmara.
O Requerimento solicitava
informações importantes sobre a participação de nossa cidade nos Jogos
Regionais e Jogos Abertos do Interior nos últimos três anos, como: quantos
atletas participaram defendendo o nome de Piracicaba; quantos eram oriundos de outros municípios; se
algum dos atletas oriundos receberam algum tipo de benefício como dinheiro,
moradia, bolsa de estudos, etc, para participar dos jogos; quantos atletas
eram formados no projeto desporto de
base de Piracicaba e se esses atletas também receberam algum tipo de benefício;
qual foi a despesa total do município em cada uma daquelas competições; qual o
investimento feito com o projeto desporto de base para formação de atletas
locais; quais as modalidades desenvolvidas e quais os atletas assim formados
que mais se destacaram.
A resposta da Prefeitura, através
da SELAM, foi protocolada na Câmara no dia 12/05/2015, após aprovados pedidos
de dilatação do prazo regimental e veio recheada de um texto bastante prolixo e
subjetivo, dizendo que valores, recursos e orçamentos foram aprovados pela Câmara
no PPA, LDOs e LOAs. E que toda a delegação de Piracicaba para as competições
oficiais é formada a partir das equipes representativas das associações
parceiras e/ou conveniadas.
O único número informado é que
“uma média de mais de 1.500 atletas e componentes das comissões técnicas fazem
parte desse trabalho que culmina com nossas delegações nessas competições,
variando de acordo com o regulamento do governo estadual.”
E o texto da resposta continua:
“Para a formação dessas equipes e delegações, não fazemos distinção, nem poderíamos
(isso não ocorre no esporte e seria um absurdo até mesmo constitucional), se os
atletas ou comissões que nos representam nasceram ou moram em nossa cidade ou
não, isso seria uma descriminação absurda, ainda mais no âmbito do esporte onde
os atletas circulam e transitam pelas equipes de todo o estado, país, e até
mesmo no exterior (para exemplificar hoje temos uma atleta de handebol oriunda
do Projeto Desporto de Base que joga na seleção brasileira e mora e joga na Áustria).
Ainda, na resposta da SELAM:
“Vale ressaltar que no âmbito do esporte não ocorre esta xenofobia de
naturalidade e nacionalidade de atletas e comissões, o que se busca, cada vez
mais é o intercâmbio de técnicas e conhecimento (que ocorre de diversas
formas), para desenvolver o esporte do país como um todo, e consequentemente,
em cada cidade.”
Sobre a formação de atletas de
alto nível, eis a resposta: “Cabe esclarecer ainda, no que se refere ao
‘surgimento’ de atletas de alto nível, que os talentos esportivos podem ocorrer
em qualquer rincão de nosso planeta, e muitas vezes não está relacionado às
condições de existência de projetos locais de formação esportiva. Mas sim a uma
complexa gama de fatores que vão desde as particularidades genéticas de cada
indivíduo, e sua adequação a cada tipo de modalidade...”
A respeito da escalação de
atletas de alto rendimento, a SELAM afirma: “Um questionamento que foi feito e
solicitado no requerimento, e que fazemos a seguir, é que a escalação de
atletas de alto rendimento e as comissões técnicas das equipes são feitas pelas
associações parceiras e conveniadas, com o apoio do poder público municipal...”
Para informar sobre os
investimentos nessas competições, a SELAM diz: “Com relação aos recursos
investidos desde a formação até o alto rendimento dentro de sua complexidade e
realidade no país, os mesmos já constam e fazem parte da LOA da Prefeitura do
Município de Piracicaba/Secretaria de Esportes Lazer e Atividades Motoras, e
inclusive são aprovadas anualmente pela Câmara de Vereadores, assim como ocorre
com todas as outras ações do Poder Público”.
As ações do Projeto Desporto de Base
são “explicadas” da seguinte maneira: “O Projeto Desporto de Base, como mais
uma vez ressaltamos, não é uma ação isolada de formação esportiva e compreende
em sua concepção desde as aulas de educação física que ocorrem em todas as
escolas, passando pelos núcleos de iniciação, aperfeiçoamento e treinamento
(sejam os mantidos diretamente pelo
poder público ou mesmo pelos nossos parceiros), até a possibilidade de
surgimento de talentos esportivos, como é o caso de muitos de nossos atletas
que já representam nossas equipes locais, de outras cidades, seleções
estaduais, nacionais e até mesmo jogam no exterior.”
Esses fatos, inclusive, têm sido
constantemente divulgados pela imprensa local e nos sites da área, inclusive
muitos desses atletas e técnicos tem sido regularmente homenageados e tido seu
reconhecimento público pela própria Câmara de Vereadores...”
Assim, a resposta da SELAM ao
Requerimento do Vereador Camolesi, cujos questionamentos surgiram nas
discussões do Mandato Coletivo, ficou recheada de palavras e nenhum número,
deixando de satisfazer a necessária transparência das ações do Poder Público
para com a população. Quanto aos investimentos, as alegações de que as informações
já constam do Orçamento Municipal, são parciais uma vez que os detalhes não
estão lá e também quanto aos números de atletas solicitados nas diversas
questões, nada consta.
Qual o motivo que a SELAM poderia alegar para não
divulgar esses números solicitados?