quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Autoridades são chamadas por Camolesi por conta de repúblicas estudantis


Após receber em seu gabinete dois representantes dos moradores da Vila Independência e ouvir o relato indignado da insuportável perturbação do sossego e da ordem pública que está sendo provocada diariamente pelas mais de uma dezena de repúblicas de estudantes da ESALQ que existem no bairro, o Vereador Paulo Camolesi agendou uma reunião com os moradores incomodados e oficiou diversas autoridades, convidando-as a comparecerem a mesma. Foram convidados e estiveram presentes o Diretor da ESALQ, Prof. Dr. Luiz Gustavo Nussio, o Comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar, Cap. José Donizette C.  Oliveira, representantes do Pelotão Ambiental, G. C. Beatriz Aparecida Tabai e G. C. Figueiredo, representante do Comando da Guarda Civil, Inspetor Jacir Dillio, e o presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB, Dr. Fernando Colonnese.

A reunião que aconteceu em uma das salas do Centro Catequético da Paróquia São Judas, às 19h30 da última 6ª feira, dia 18/09, foi aberta pela moradora Carmem Lucia Rodrigues que agradeceu a presença das autoridades e de todos e passou a coordenação ao Vereador Paulo Camolesi.  A reunião contou ainda com a presença 31 moradores do bairro que se manifestaram de forma inflamada e veemente contra a desordem que as repúblicas estão promovendo quase que diariamente, afetando a vida da maioria dos moradores. Muitos se confessaram no limite máximo da indignação, a ponto de perder o controle de comportamento, como relatado em um dos casos, em que o morador ofendido moralmente pelos estudantes, reagiu violentamente.

São festas que vão desde as primeiras horas da noite até às 5h da manhã, com barulho infernal, onde rola muita bebida, droga e sexo. Alguns relatos diziam que os estudantes se mostram nus, fazem sexo em frente às casas e ofendem os moradores. Chamar o Pelotão Ambiental não tem dado resultado e não sabem mais o que fazer. Alguns já pensaram em vender seu imóvel, outros falam em pegar em armas pesadas, deixando as autoridades presentes muito preocupadas.

Um dos moradores presentes, delegado no bairro de Pinheiros em São Paulo, sugeriu que os moradores, sempre em grupo de no mínimo três, fizessem Boletim de Ocorrência, pois com três testemunhas, é dispensada a necessidade de medição do som e através de um advogado, abrissem ação judicial contra os infratores. Disse que utilizou essa estratégia em São Paulo e deu resultado. As multas do Pelotão Ambiental não afetam o comportamento dos infratores, pois são possuidores de elevado nível econômico.

O Diretor da ESALQ, Prof. Nussio, revelou sua imensa tristeza com o que está acontecendo dizendo que o seu âmbito administrativo é dentro do campus, porém, considerando que esse comportamento dos estudantes mancha o nome da instituição, informou que irá tomar algumas providências junto ao Conselho de Repúblicas para estabelecer um processo de conscientização junto aos estudantes que precisam ser reeducados para honrarem o nome da escola que os acolhe e que vai diplomá-los. Pediu desculpas aos moradores e confessou-se chocado com os depoimentos.

Uma nova reunião foi agendada para o dia 09 de outubro no mesmo local e horário, sugerindo convidar também o representante da Polícia Civil.

Fotos: Divulgação




5 comentários:

  1. Boa tarde,
    vocês pensaram em convidar representantes dos alunos para a reunião?

    Sou estudante da Esalq e morei a maior parte da minha graduação em república (que não fazia parte do Conselho de Repúblicas, uma instituição que estimula o trote e a segregação), fazíamos festas moderadas e nunca passou de uma por mês e não deixávamos de avisar os vizinhos quando as festas iam acontecer.

    Porém, não criamos muitas relações de boa vizinhança, uma vez que nossos hábitos são muito diferentes. Muitas vezes a polícia chegou em casa, em um dia a noite em que tinham apenas alguns amigos (moravam 7 pessoas na casa, com alguns amigos ja ficava bastante gente) ouvindo um som e tomando uma cerveja. Deixamos o número de casa com os vizinhos, mas nunca nos ligaram para pedir para abaixar a música (salvo uma das vizinhas, que tinha uma relação boa conosco), coisa que faríamos prontamente e logo chamavam o pelotão ambiental.

    Na nossa república, ao contrário do que se imagina das casas de estudantes da esalq, mal tínhamos grana para pagar o aluguel, imagina uma multa dessas. Porém gostávamos de tomar uma gelada após um dia tumultuoso de provas e nos reunir em baladas de aniversário com amigos queridos.

    Dentro da Esalq somos proibidos de fazer festas, ou utilizar o espaço para reuniões. Sera que seremos proibidos também dentro de nossas casas?

    É uma questão muito ampla, pois entendo que tem repúblicas e repúblicas e algumas realmente não estão nem aí para a vizinhança, exagerando nas festas, nas drogas e no trote que acarreta na nudez. Porém acredito também que esses jovens devem ser tratados como os adultos que são, e convocados para conversar nessas reuniões e entender que existe uma realidade de bairro em torno deles. Só me posiciono contra as políticas proibicionistas, como foi feita com a lei do silêncio no largo dos pescadores, que tiram cada vez mais o espaço destinado a festa e a comemoração.



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    1. Gostaria de complementar o comentário acima: acho de suma importância os alunos entenderem o que é cidadania e boa vizinhança. Minha sugestão é convidá-los para uma reunião com a associação, para encontrarmos no diálogo a solução e não na violência.

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  2. Prezad@, muito obrigada pelas suas colocações!

    A princípio, vale ressaltar que o problema é com as repúblicas que extrapolam a questão da boa vizinhança. Há repúblicas e repúblicas, como você bem disse.
    Os estudantes não foram chamados numa primeira reunião pois foi um momento de desabafo dos moradores. Se os alunos estivessem presentes, talvez a situação se complicasse.
    Além disso, estima-se que haja cerca de 60 repúblicas da Esalq. No entanto, elas não têm um órgão de representação efetiva, mesmo existindo o chamado "Conselho de Repúblicas".
    Talvez seja esse o momento para que este Conselho se torne representativo e funcional. Digo isso pois pesquisei a possibilidade de chamar tal Conselho, mas observei que as ações desenvolvidas eram no intuito de promover campeonatos, algumas ações filantrópicas e apresentação das repúblicas, conforme página do facebook.
    O som alto incomoda, seja de uma república estudantil ou de um culto religioso. A festa só agrada quem participa da mesma. Para quem não vai, é um incômodo tamanho o som alto, e incluo aqui a questão do Largo. Tudo tem limite.
    Sua proposta de chamar os estudantes para uma reunião é muito bem vinda e, creio eu, será acatada. Como você não deixou contato, favor acompanhar as postagens do nosso blog e a mídia em geral para mais informações.

    Att.,

    Debora
    Assessora Parlamentar

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  3. Debora,

    morei em república e tínhamos problemas com a vizinhança, mas sempre soubemos nos resolver. Acho absurdo que os moradores vão até a Escola para reclamar de problemas que estão ALÉM da jurisdição da instituição. É a mesma coisa de eu ficar incomodado com o culto ou com qualquer outra conduta de um vizinho que fira meu direito de paz de espírito, tranquilidade e sossego, e ir reclamar no seu emprego ou no seu trabalho. Não faz o menor sentido.
    A parte de que existe consumo de drogas e sexo é uma generalização absurda. No entanto, para esses crimes, de rodas de fumo e atos obscenos, existe punição legal prevista respectivamente na lei 11.343/2006 e no art. 233 do CP. Para esses casos sérios, é necessário que se aplique a lei devidamente. Daí poderemos ter dados para alegar se isso realmente ocorre ou é apenas uma especulação dos vizinhos. Certa vez, recebemos uma visita da polícia em nossa residência, por conta do som de uma festa. Paramos na hora.Mas o curioso é que chegaram em torno de 3 viaturas, que atendiam a uma denúncia de "briga com garrafa e faca". Essa ação configura o crime de denunciação caluniosa. Portanto, é necessário que se aplique a lei a fim de tirar por fato se realmente ocorrem esses impropérios.

    Por fim, você que tem contato com o vereador, proponha um programa para reunir as repúblicas ao máximo. Essa tendência natural vai atrair mais repúblicas, que são tolerantes ao som e gostam de estar perto umas das outras, e afastar moradores que não desejem estar por perto dessa região, vagando imóveis para mais estudantes. Iniciem uma campanha adequada, criem uma zona especial para repúblicas, entrem em contato com imobiliárias (que NÃO podem se negar a alugar para estudantes, vez que isso assinalaria intenção criminosa de criar preconceito e hostilidade contra toda uma classe profissional), se necessário, incentivem com subsídios no IPTU.

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    1. Olá, Hugo.
      Obrigada pelas considerações!

      Realmente a vizinhança está além da jurisdição da Esalq, como o próprio diretor colocou na reunião. No entanto, creio que essas pessoas foram até lá para tentar resolver a questão, já que as outras formas se mostraram ineficientes. Absurdo é você não conseguir dormir à noite porque seus vizinhos estão fazendo festa.

      Sem dúvida o zoneamento para ocupações com essas características é a melhor forma de resolver essa questão e também a mais complexa de ser aplicada. No entanto, outras ações paliativas devem ser desenvolvidas para solucionar o problema, ainda que pontualmente, seja através de multas ou até mesmo 'dedando' os alunos à escola, já que amigavelmente é impossível de se resolver.

      E essa movimentação é adequada sim. São pessoas organizadas querendo resolver um problema comum.

      Em relação à sua afirmação sobre negar a locação à repúblicas, não sei até onde ela se aplica. Em alguns condomínios a locação para esse uso é vedada.

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Olá!
Antecipadamente agradecemos seu comentário.

Att.,
Mandato Coletivo