Após um longo período fora do espaço do
Poder Legislativo, as reuniões do Grupo Central do Mandato Coletivo retornaram
à Câmara. A última ocorreu nessa quarta-feira, 23, e contou com a participação
de cerca de 20 pessoas com a seguinte pauta: o posicionamento do MC em
relação à mobilização do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e
Soberana sobre o Sistema Político e que conta com um comitê de
Piracicaba, a discussão sobre um projeto de lei referente à isenção de
taxas de sepultamento para doadores de órgãos e uma avaliação desse 1,5 ano de
Mandato Coletivo.
Em relação ao Plebiscito Popular, o
posicionamento de apoio ao movimento foi unânime entre os participantes, os
quais, em suas falas, reiteraram os objetivos planejados pelo MC em janeiro de
2013, que segue: "4) Promover processos formativos junto aos cidadãos e
cidadãs, de modo a fortalecer sua co-responsabilidade e protagonismo nas ações
que buscam o interesse público ou o bem comum."
Os presentes salientaram também não só o
apoio oficial do Mandato Coletivo, mas também a necessidade de desenvolver
estratégias de mobilização, com divulgação do "Curso dos Cem", que
ocorre neste sábado, 26, e também as próximas ações do Comitê municipal nos
espaços de trabalho, nas escolas e universidades, nas paróquias e no ambiente
familiar.
Como o Plebiscito acontece em setembro, as
próximas reuniões dos Grupos Comunitários buscarão tratar desse tema utilizando
os materiais distribuídos pelo Comitê local. Alguns dos questionamentos
levantados pelas pessoas na reunião foram em relação ao teor da reforma
política e como garantir que mal intencionados não participassem desse pleito
específico. Os esclarecimentos feitos por quem já estava acompanhando o assunto
é que o plebiscito popular não é algo legal, embora legítimo. Perante nossa
Constituição Federal, somente tem competência para convocar um plebiscito o
Congresso Nacional (Senado + Câmara dos Deputados) e essa mobilização
seria no intuito de gerar um fato político, pressionando nossos representantes
para convocar essa Constituinte. A questão da exclusividade é que as pessoas
eleitas o seriam somente para esse fim: discutir sobre a reforma política. O
Congresso continuaria trabalhando normalmente. Quando terminada a discussão
sobre o sistema político, essa Constituinte seria dissolvida. "Sabemos
que, se isso ocorrer, é de médio a longo prazo. O importante é as pessoas
entenderem nosso sistema político atual, quais são as propostas de mudança, e
debaterem sobre isso." disse um dos integrantes do gabinete do vereador.
Quanto à intenção do vereador Paulo
Camolesi em apresentar projeto de lei (PL) sobre a isenção de taxa de
sepultamento para doadores de órgãos, algumas sugestões e divergências foram
apresentadas. A princípio foram apresentadas algumas estatísticas, com base em
consulta realizada à Secretaria Estadual de Saúde: em 2013, 80 pessoas em Piracicaba
estavam na fila aguardando o transplante de algum órgão. No mesmo período, de
25 potenciais doadores identificados, apenas 10 famílias autorizaram a doação. A previsão
de isenção da tarifa nos 3 cemitérios da cidade seria em torno de R$ 160,00.
Foi questionado se o PL receberia
parecer favorável da Comissão de Legislação, Justiça e Redação, já que o trata de questão financeira e isso é competência apenas do Poder Executivo.
Algumas alterações foram sugeridas, como colocar essa isenção facultativa. A maioria
das pessoas se posicionou favoravelmente, entendendo que a intenção é a de
reduzir a fila de espera para transplantes. No entanto, outros pontos de vistas
foram colocados, como a questão da doação de órgãos ser de cunho ético e cultural,
não financeiro. “Se receber pela doação, já se perdeu o valor do ato”, comentou
um dos participantes.
Foi falado também da questão dos custos.
Prevê-se que um transplantado tem mais qualidade de vida e custa menos aos
cofres públicos do que manter quem necessita de um transplante na fila com
medicamentos, tratamentos etc. Outra questão abordada foi a de não se apegar na
questão do valor, e se aprofundar no âmbito da solidariedade e ética, aliviando
o sofrimento humano.
Ao final, o encaminhamento dado foi de que
o PL receberia ajustes, bem como a justificativa. O gabinete deixou aberto para
que todos enviassem sugestões e colaborassem para a construção coletiva da
propositura. Além disso, frisou-se a intenção de criar o fato, mesmo que o
projeto receba parecer contrário, pois isso propicia notícia, envolvendo a
mídia, e motivando as pessoas a discutirem sobre isso e buscarem mais
informações dessa questão tão importante que é a doação de órgãos. Ficou sugerido também a convocação de Audiências Públicas, chamando órgãos competentes relacionados ao assunto para discutirem o tema.
O ponto de pauta sobre a avaliação do MC
ficou para a próxima reunião, prevista para 20 de agosto.
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Att.,
Mandato Coletivo