Há muito tempo que se fala na
necessidade urgentíssima de uma ampla Reforma Política em nosso país para
acabar com uma porção de vícios que corroem e corrompem a nossa frágil
democracia. Até Frente Parlamentar pela Reforma Política já foi criada na
Câmara Federal para batalhar pela sua realização, chegando mesmo a ser
espalhada por vários parlamentos Brasil afora.
Porém, ela vai sendo protelada e
“empurrada com a barriga”, como se diz na gíria, mediante algumas proposituras
inexpressivas e ineficazes que vão aparecendo por iniciativa de um ou outro
deputado ou senador e que acabam sempre encalhando em alguma “gaveta” armada
traiçoeiramente no meio da tramitação.
Na verdade, vai ser muito difícil ou
praticamente impossível essa reforma acontecer se depender desses parlamentares
que aí estão há muitos e muitos anos, com condutas eivadas de vícios geradores
de privilégios absurdos e negociatas que deságuam num mar de corrupção. Conforme
a nação toda pode acompanhar nas tramitações televisivas do STF - Supremo
Tribunal Federal, no ano de 2012.
Agora, através do MCCE – Movimento de
Combate à Corrupção Eleitoral - que tem a seu crédito histórico as iniciativas
populares da Lei nº 9840 de 29 de setembro de 1.999, chamada de “lei de combate
à corrupção eleitoral”, e da Lei Complementar Nº 135 de 04 de junho de 2010, conhecida
como a “lei da ficha limpa”, surge a iniciativa de uma campanha que tem tudo
para se expandir por todo o Brasil e mobilizar a população em torno de uma
mudança que poderá se tornar a chave para que a tão esperada Reforma Política
venha a acontecer: “Campanha M2M”, ou seja uma campanha para implantar a regra
de no “Máximo Dois Mandatos” para todos os parlamentares brasileiros. A idéia é
colher um grande número de assinaturas para pressionar o Congresso Nacional a
aprovar emenda à Constituição proibindo parlamentares que já exerceram dois
mandatos consecutivos de se candidatarem mais uma vez. Atualmente, a possibilidade
de reeleição de parlamentares – vereadores, deputados estaduais e federais e
senadores – é ilimitada.
O atual sistema favorece a perpetuação
do político no cargo e gera políticos profissionais. “A representação política
deve ser para fiscalização dos executivos, melhora da qualidade de vida do
cidadão e solução dos problemas do cotidiano através da alteração e propositura
de leis que melhor se adéqüem à atualidade e não uma profissão ou carreira que
não respeita a alternância no poder”, afirma Luciano Santos, do MCCE-SP.
Atualmente, os parlamentares tendem a
ser, em sua maioria, acometidos da chamada “síndrome da reeleição”: mais
propensos a favorecer os interesses dos grandes financiadores de campanha do
que trabalhar pelo bem comum do povo. “Eles usam a máquina pública para
garantir sua reeleição em detrimento da igualdade de condições com outros
candidatos que buscam participar do processo eleitoral pela primeira vez, ou
fora de um cargo, e disputam em desvantagem muito grande e injusta”, diz
Santos.
Para arejar os parlamentos, o MCCE/SP
propõe que os parlamentares só possam se candidatar uma vez mais ao mesmo
cargo, na mesma Casa Legislativa – só possam exercer, no máximo, dois mandatos
consecutivos.
É um momento especial o que a nação
brasileira está vivendo nestes dias, saindo às ruas aos milhares e milhares, em
muitas cidades, para protestar. E bastante oportuna essa iniciativa do MCCE com
o objetivo de mobilizar a grande massa dos eleitores, para forçar essa mudança
nos parlamentos e possibilitar, com novas mentalidades, uma Reforma Política
ampla e que possa trazer uma nova visão política para o cidadão comum. Na
situação em que estamos vivendo hoje, as pessoas chegam a dizer que tem “nojo
de política”, porem, quando chegam as eleições, acabam reelegendo a maioria dos
parlamentares, como aconteceu aqui mesmo, em Piracicaba, em que, apesar de, em
2011, os vereadores terem elevado seus próprios subsídios em 66%, dos quinze
vereadores que se candidataram em 2012, treze acabaram sendo reeleitos.
Ao mesmo tempo em que se lança uma
campanha nacional para uma mudança significativa para a eleição dos
parlamentares, é preciso considerar como urgente uma estratégia para formar a
consciência dos eleitores, afim de que possam exercer com responsabilidade o
ato de votar e acompanhar de perto seus eleitos, ajudando assim a resgatar o
verdadeiro e nobre sentido da palavra política: a arte de construir o bem
comum.
Para maiores informações, acesse: http://www.mcce.org.br/site/vnoticias.php?acao=vinoticias&id_noticias=908
Excelente, gosto muito dessa idéia e na verdade também pensava nessa possibilidade, mas não sabia como materializa-la.
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