terça-feira, 18 de junho de 2013

Flores de Outono

O dia 17 de junho de 2013 será lembrado como um dia de mobilização e reivindicação popular, na esfera nacional, contra ações dos governos que não atendem aos interesses da população. Várias capitais brasileiras foram às ruas para demonstrar a indignação, a princípio, pelo o aumento das passagens do transporte público.  No Rio de Janeiro, o preço passa de R$ 2,75 para R$ 2,95;  na capital paulista o novo valor da tarifa passou de R$ 3 para R$ 3,20; em Recife, os preços dos ônibus variam de R$ 1,50 a R$ 3,45, dependendo da linha; Belo Horizonte, de R$ 2 a R$ 2,80 e Brasília, que possui uma das menores tarifas: de R$ 1,50 e R$ 2 para circulares, podendo chegar a R$ 3. Porém, a mobilização popular foi além, e aglutinou questões que já há tempos estavam atravessadas na garganta da população brasileira.
Reivindicações contra custos abusivos de obras de infraestrutura para abrigar a Copa do Mundo, a falta de investimentos em saúde e educação, a necessidade de se combater a corrupção, a implementação da transparência pública, o passe livre estudantil e o repúdio ao Projeto de Emenda Constitucional, a PEC 37, que tira o poder do Ministério Público de investigação e fiscalização nas esferas nacional e estadual, foram observadas. Todos esses assuntos também fizeram parte do coro dos manifestantes. No entanto, entre todas as reivindicações, uma das que mais chamou atenção foi contra a ação violenta da polícia militar aos manifestantes. O despreparo da polícia e os exageros de certos manifestantes conferiram à mobilização – até então pacífica - certos momentos de tensão, e porque não, de cenas de guerrilha.
No mesmo dia em que o país parava para ouvir os clamores das manifestações em boa parte do território, o Sr. Helio de Almeida Rocha, em uso da Tribuna Popular aqui na Câmara de Vereadores, terminou sua explanação com uma frase muito bem colocada: “Onde há barulho, há democracia. Onde há silêncio, há ditadura”. E Piracicaba também conta com o despertar da mobilização popular.
O movimento Pula Catraca iniciou sua mobilização a partir do aumento da tarifa de ônibus para R$ 3,40 neste ano. Como já citado acima, nenhuma das capitais onde ocorreram as manifestações com milhares de manifestantes tiveram o aumento da passagem tão exacerbado quanto o nosso. Os atos do Pula Catraca ocorreram, em sua maioria, no Terminal Central de Integração (TCI) com a liberação das catracas pelos manifestantes em horários de pico do uso do transporte coletivo. Além do elevado preço do bilhete, a reivindicação também estava relacionada a mais linhas e maior freqüência de ônibus, já que o tempo de esperar nos pontos e nos terminais, em geral, chega a ser moroso, principalmente nos horários de entrada e saída escolar e comercial, além de melhorias estruturais, tanto na frota quanto nos pontos de espera do transporte coletivo.
Alguns atos do grupo foram emblemáticos, como a entrada de dois manifestantes em área restrita aos vereadores durante reunião técnica com o Procurador Geral do Município e o Secretário de Trânsito e Transportes a fim de explanarem sobre o aumento da tarifa no mês de março deste ano. Na ocasião, a bandeira do movimento foi estendida em frente à Mesa Diretora, o que resultou no fim da reunião determinada pelo presidente dos trabalhos.
Após as manifestações em São Paulo na última semana, os manifestantes de nossa cidade marcaram uma nova data para a mobilização: dia 20 de junho, quinta-feira, a partir das 17h no TCI. Essa data também faz parte da agenda de um outro movimento de nossa cidade, o Reaja Piracicaba.
Nesse dia 20/06, o Reaja Piracicaba fará uso da Tribuna Popular na Câmara de Vereadores para registrar a entrega de Projeto de Lei de Iniciativa Popular que pretende revogar o aumento de 66% do subsídio dos vereadores (de R$ 6.568,35 para R$ 10.900,00). Foram 8 (oito) meses de conscientização cidadã e coleta  de assinaturas nas ruas do município por parte dos integrantes do movimento, o que resultou em mais de 20 (vinte) mil assinaturas da população piracicabana corroborando com a iniciativa do movimento. Além da revogação, o Reaja Piracicaba também continua coletando assinaturas para um Projeto de Emenda à Lei Orgânica que regulariza como se darão os aumentos aos subsídios, limitando-os à inflação e não permitindo que as votações ocorram em Regime de Urgência ou em Reuniões Extraordinárias e pela implementação das propostas da CONSOCIAL municipal. O horário de concentração do grupo está marcado para às 19h em frente à Câmara.
É importante registrar que nos encontramos em um momento admirável de amadurecimento da democracia participativa, o que vem ao encontro dos anseios do Mandato Coletivo do vereador Paulo Camolesi. Com a população tendo sua voz ativa seremos um todo para olhar o conjunto da nossa cidade.

Participe você também de forma pacífica, apartidária e organizada.

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Att.,
Mandato Coletivo