Diariamente as pessoas separam um tempo do seu dia para analisar a melhor
forma de deslocamento para ir de um lugar ao outro: carro, skate, patins,
avião, bicicleta, carona, cadeira de rodas, a pé, ônibus, trem, barco, patins, moto, entre outras
formas e invenções humanas que nos tornaram mais precisos para cumprir as
agendas de obrigações e lazer. Cada vez que você pensa sobre isso, você está
pensando na sua capacidade de ir e vir. Quanto maior a diversidade de tipos de
locomoção que a cidade proporciona aos seus moradores, menor a dependência do
uso de um só tipo de deslocamento e maior a capacidade e liberdade de
mobilidade urbana.
Este assunto toca em um ponto fundamental sobre a gestão das políticas
públicas, pois não queremos apenas nos mover, mas queremos nos mover com
qualidade, com prazer, com segurança e, principalmente, com liberdade de
escolha e a preços módicos.
Piracicaba não é uma cidade exemplar quando o assunto é mobilidade. Estamos
vivenciando hoje um excesso de veículos automotores individuais, horários de
congestionamento, comportamentos hostis nas vias, poucos horários disponíveis
de disposição de transportes públicos e taxi, principalmente aos finais de
semana, ciclovias que colocam o ciclista em risco e demais necessidades
aparentes quando olhamos para além das janelas dos nossos carros.
Nesse contexto, ressalta-se um movimento mundial que pretende instituir o
Dia Mundial Sem Carro no dia 22 de setembro de uma forma global e organizada. Neste
movimento, na Câmara dos Vereadores de Piracicaba foi proposto que a data
esteja no calendário oficial do município, atitude louvável. No entanto, tal
propositura foi aprovada em primeira discussão desde que a data seja instituída aos domingos.
Acompanhando as discussões, o Mandato Coletivo do Vereador Paulo Camolesi , através
do Grupo de Trabalho (GT) Mobilidade Urbana Sustentável, analisou o Projeto de
Lei 328/12 , que institui no calendário oficial o “Dia Municipal sem Carro” e
questionou a 1ª votação. A conclusão que se chega é que o Dia sem Carro deveria
ocorrer no próprio dia 22 de setembro, independente do dia da semana, como é
recomendado pelo movimento mundial que apóia a institucionalização do Dia.
Além da reflexão do próprio GT, houve manifestação através de redes
sociais, e-mails e contatos diretos recebidos pelo Gabinete os quais
questionavam a intenção da propositura em instituir a data aos domingos. O
receio é que, se o Dia sem Carro for somente aos domingos, uma falsa impressão
seja passada à população de que se trata apenas de um evento comemorativo
relacionado com o lazer, e não com o objetivo de reflexão sobre os problemas de
mobilidade.
Para ilustrar nossa preocupação, segue abaixo o recorte da Lei Estadual
nº 12.136 de 24 de outubro de 2005, que confere ao Dia sem Carro os seguintes
objetivos:
“Artigo 2o - São
objetivos desta lei: I - conscientizar o público, gerando instrumentos de
informação e debate sobre a questão da mobilidade urbana (congestionamento,
poluição, segurança) e soluções para os atuais problemas neste domínio; II -
encorajar o desenvolvimento de atitudes compatíveis com o desenvolvimento
sustentável e, em particular, com a proteção da qualidade do ar e a prevenção
do efeito estufa; III - promover uma oportunidade para as pessoas utilizarem um
transporte alternativo ao seu carro; IV - estimular o uso do transporte público
e coletivo, contribuindo para a redução nos níveis de congestionamento das
cidades; V - criar uma oportunidade para as autoridades locais introduzirem
e/ou testarem novos meios de transporte e novas medidas de gestão do tráfego
urbano, em um contexto favorável do ponto de vista da opinião pública; VI -
proporcionar aos cidadãos uma oportunidade para redescobrirem a sua cidade, os
seus habitantes e o seu patrimônio.”
O
dia sem carro, portanto, é uma ferramenta de educação popular em prol da
construção de cidades menos dependentes do transporte individual e a favor de
um olhar coletivo para as necessidades de deslocamento. Faça sua parte, evite a
‘carrodependência’. Experimente a cidade de outras formas: é bom pra saúde,
para o meio ambiente e para a coletividade!
Ilustrações: Divulgação
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Att.,
Mandato Coletivo